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17.12.08

Poeta

Sorte inata e muito grata
A do poeta e do escriba
De perfazer toda uma vida
A tua, a minha e a vida
da palavra
Por entre os versos que ousa inventar

Decerto alimenta exótica dor
Posto que a dor
é alma da inspiração

Feliz poeta!
Tua fiel companheira - a palavra
Divide este momento único
Que é de nascer por você e para você

Privilegiado poeta! Conhecedor de almas,

nascedouro de palavras...
Éramos outras pessoas, agora entendi.

Daquelas que se desdobram em mil faces
Procurando tangenciar todas as formas de alegria

Eu me lembro, era assim:
"Um tanto destas cores e tenho o mundo nas mãos!"
Uma menina despreocupada

Que agora se revela nas mãos desta pobre e ilusória
mocinha que escreve funduras
Disfarçadas de contrárias palavras
escondidas em versos estranhos
espalhadas em mais de mil partes...

São molduras tuas lembranças
Aos meus inúteis pensamentos
São sinceros meus sorrisos
Quando lembro do teu rosto...

13.12.08

Chama-se felicidade

Conheço a sorrateira chegada do verão quando

Tímida e desatenta
ouço o canto da cigarra
A entrar pela janela
esbarrando na velha cortina de pano crú

Será que sou eu a louca?
[Pensei destraída escrevendo este texto!]

Dez milhões de coisas acontecendo então
ao mesmo tempo

E eu a contemplar o canto da cigarra...

11.12.08

Onde nascem teus sorrisos
Mora a tua solidão
Que encontra meu silêncio

Acorda.
A arte do encontro merece tua vigília

10.12.08

VOLTANDO AOS CONTOS

Coisas daquela que anda e se engana, que retorna e avança novamente e que ás vezes se cansa da só poesia.

(Afinal este blog é meu!!rsrssr faço o que quiser, né?! Posso, logo escrevo!)

Voltemos às crônicas, contos cotidianos e outras sandices associadas...Não abandonemos pois ( jamais!) a bela poesia...

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12.11.08

6.10.08

loucura

Procuro os loucos porque surpreendem

encontro os poucos que não entediam
desejo o não óbvio

Um pitaco, um café um qualquer que chega
assim
de repente
avisando que abandonou os tribunais
Para ganhar dinheiro surfando

Ou um outro que abandona a construção civil
Para juntar-se aos burocratas previsíveis que
forjam uma tecnologia mágica invisível - de comunicação

Ah , isso é loucura! -- Todos diriam.
trocar o certo pelo duvidoso
O conhecido pelo novo

Todavia
Meu cérebro vazio de regras,
povoado de imensas excessões
Cansado de prever os
próximos capítulos tolos
Que os idiotas incapazes vivenciam tão bem...

Minha alma, que ao eterno pertence,
prefere acreditar nas infinitas possibilidades
Que os loucos
insistem em propagar...

22.9.08

ausência II

Eu te procuro nos detalhes que agora tenho tempo de perceber

Antes, eu era escrava daquela roda negra que ascende

Hora acompanhada,

Hora sozinha

Eu já nem quero saber os rumores

Da alma esquecida, caída, calada

Que nem canto, nem voz, nem nada

Vinga

A vida é vingança de uma alma torpe que insiste em praguejar

Quando em si, enterradas, todas as almas deveriam estar

É vida ingrata essa a que me dedico e que me parece não ouvir,

Leviana!

Essa vida triste de seguir só sem te ver sorrir...

17.7.08

Mundo, páre que eu quero descer.

Ás vezes angústia é o jeito que a alma acha de lembrar-nos que estamos vivos. Há pressão por todos os lados, de fora pra dentro, do fundo do sempre para fora. Há quem diga que se conheça. E comemora.

No fundo do poço, bem ao lado de tanta gente que chora, que toca, exala, de gente chata que fala de gente de gente de gente...gente que sofre por ser uma idéia que deu errado.

Entrego meus pertences, os poucos que ali chegaram, junto aos fiapos do meu manto que já foi. Desnudo caminhos, debato em mil prantos meu destino comigo mesma, dou três voltas em volta da mesa onde os cabeçudos resistentes e amantes da tristeza se reunem toda noite, a esperar pelos forasteiros insanos que voltam a submergir.

Coloco ordem em tudo sem proferir uma só palavra.

(continua)

13.7.08

23.5.08

Alegria



Aprisiona meu canto em tua alma
Sem me consultar
Embora eu tenha tecido
Dezenas de rendas para adornar
O nosso amor
Sem que o mundo tivesse me cobrado este ou aquele
Motivo
Era só o amor...

Intervalos vizinhos criam grande abismo de tempo
Preciso encontrar alguém ao relento,
Neste agora,
Para contar:
“Viu aquele amor por aí?”
Um segredo:
Essa coisa que se perdera era amor coisa alguma
Posto que amor é cativo uma vez que é nascido
E que nunca se apaga
Feito que é chama...


É dor só o que me resta
agora,
Esta dor que me faz pensar que o sempre
Foi criado de múltiplos pedacinhos de dores
De perder você
Toda vez.

E te ver indo embora.
Outrora eu pensara que a vida era alegria.



17.5.08


noite escura

Hoje o dia não amanheceu:
Debruçou-se;
Sobre o sujo parapeito estreito da varanda
As roupas nem me deixavam ver

Foi difícil ouvir o Adeus
E comtemplar o vazio, já que o tolo e doce
dia
insistia em não amanhecer

Tudo ainda era noite, como se sempre fora assim...

30.4.08

Outono II

Quando o orvalho deixado pelas chuvas inesperadas do outono,
Talvez em breve,
Secar
Alguém faça o tempo voltar

Pra revivermos e revivermos...

As manhãs com ar de tarde, manhãs de outono
Com tons tão elegantes em latência

Dias que passam incólumes
Guardados por toda nossa distância
No assoalho do armário

Dias invividos
Dias de imersão

Vontade de sair
Com medo de se molhar, dias esguios
Crianças na rede com respingo de água
Varanda vazia
Tarde tardia.

O outono.

26.4.08

Virei burocrata
Com as pernas travadas na mesma cadeira
Que me impede de ir na hora certa ao banheiro

17.1.08


estrada

Creio que páro quando devo prosseguir
E talvez avance
quando devesse estacionar
Eu peço a Deus que me alcance
em caminhos perdidos por onde me escondo

Me sento e te espero à frente
Supondo

São suposições apenas...

Seguindo adiante alcanço quimeras
De histórias pensadas que nunca vivi
São ruas torcidas em noites imersas
Momentos insones nos quais traço versos
Apenas

Me conta um segredo
Teu
Minha vida morreu e preciso retornar
Abraça o momento daquele riso bonito
Te vejo em duas vidas
Aqui, neste mesmo lugar