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22.4.10

Então ela havia resolvido esticar seus pés e sentí-los tocando no chão. Era preciso o quanto antes tirar a roupa abafada para pegar sol, estender as tolhas já vincadas pelos móveis, lavar a roupa, lavar a alma...

De repente descobriu que sua vida não dependia diretamente de nenhuma pessoa. Que sua vida era sua, de mais ninguém. Percebeu-se uma unidade transeunte de todo um cenário, pano de fundo o qual escolhia.

Poderia transitar livremente e chegar aonde quer que fosse, apenas com seu movimentar, isso era conhecido aqui no mundo irreal como vontade. Ela havia descoberto o que é aproveitar a vontade e se fazer líder de seu próprio mundo palpável.

Ora, por que não devemos todos orientarmo-nos pela própria vontade? Não é ela o sal da vida, aquilo que nos impulsiona nas tarefas mais árduas cotidianas? Pois devemos assim respeitar a vontade dos outros. E então ela descobriu que esta é a coisa mais difícil de se fazer.

Para convivermos junto às pessoas devemos encontrar vontades harmônicas e complementares. Se quer ganhar um beijo deve necessariamente existir alguém que tenha vontade dar um beijo. Pode soar absurdamente óbvio , mas não o é devido a nosso descuido que já se arrasta há bom tempo...

Descuidamos do conteúdo. Muitos hoje dão um beijo por motivos diversos...status, dinheiro, acomodação, "obrigação"...a vontade se perdeu no meio de tanta fantasia.

A vontade também se perdeu quando tornaram-na "humilhação". Se um jovem adora dançar, pode deixar para sempre seu talento inato porque dançar é coisa de meninas em um mundo ocidental. Não poderia escolher Ballet. Há os que escolhram,encararam a forca por sua vontade, mas não raro encontraram um futuro penoso...

E o que elouquece esse todo de gente ao retirarem o tempero das coisas?

[continua]

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